quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Santo André e a Lagoa

Localizada no nosso concelho, a Lagoa de Santo André é um dos mais belos locais com que a natureza nos brindou. O extenso lençol de água, ladeado de dunas de grão de areia dourada e uma avifauna riquíssima e diversificada tornam este local bastante aprazível. Juntamente com a Lagoa da Sancha, foi criada a Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, de modo a proteger e preservar estas importantes zonas húmidas que albergam habitats de grande valor natural, constituindo paisagens únicas, donas de uma luminosidade muito própria e encantadora.
A Reserva é constituída, essencialmente, por um conjunto de ecossistemas litorais e sublitorais, incluindo, como elementos fundamentais, os sistemas lagunares de Santo André e da Sancha. Marginando ambas as lagoas ocorre um conjunto diversificado de ecossistemas aquáticos e ribeirinhos influenciados, em maior ou menor grau, pelas águas doces e salobras, incluindo pequenas áreas de sapal, salgueirais (Salix spp), caniçais, juncais (Juncus spp), urzais palustres e pastagens húmidas.

Lagoa de Santo André
O corpo lagunar de Santo André é particularmente bem desenvolvido, ocupando uma superfície alagada de 150 – 250 ha, a qual pode duplicar durante o período invernal. A lagoa está isolada do mar por um cordão dunar de largura e desenvolvimento variáveis, sendo, em geral, a ligação ao mar estabelecida artificialmente durante o mês de março, através de um canal que, tipicamente, permanece aberto durante cerca de um mês. 

Abertura da Lagoa de Santo André ao mar 
O cordão dunar que isola a lagoa do oceano Atlântico abre-se, ocasionalmente, de forma natural, permitindo a troca de água entre estes dois sistemas. No entanto, pelo menos desde o século XVII, esta barreira é também rompida artificialmente.

Esta forma de gestão ancestral promove a renovação das águas da lagoa e a exportação de matéria orgânica e nutrientes para a faixa costeira adjacente, diminuindo a velocidade dos processos de assoreamento e eutrofização e crescimento excessivo de plantas e algas, e também os riscos de anóxia, ou seja carência de oxigénio. A comunicação periódica com o mar permite ainda a entrada de alevins (peixes ainda pequenos), provenientes do oceano, reabastecendo, assim, a lagoa nas suas várias espécies de peixe. 



Nas povoações adjacentes à Reserva ocorrem outros acontecimentos com relevância etnográfica, não se relacionando, contudo, diretamente com os elementos culturais ou naturais da Reserva. Destacam-se as Feiras e as Festas Tradicionais, como por exemplo os Banhos de São Romão, na Costa de Santo André, a 9 de agosto.

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