sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Para sempre lembrar - 27 de Janeiro

 

A 27 de janeiro assinala-se, anualmente, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

   Este dia foi implementado através da Resolução 60/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a 1 de novembro de 2005.

   O propósito deste dia é não esquecer o genocídio em massa de seis milhões de judeus pelos Nazis e respetivos colaboracionistas. Este constitui um dos maiores crimes contra a Humanidade de que há memória. Por outro lado, pretende-se educar para a tolerância e a paz, bem como alertar para o combate ao antissemitismo.

   A Comissão Europeia, a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), a ONU e a UNESCO criaram a campanha #ProtectTheFacts, como forma de combater o negacionismo e a desinformação em relação ao Holocausto.

   O ato de relembrar traz dignidade e justiça para aqueles que os perpetradores quiseram apagar da história.

   Para recordar os milhões de mulheres, homens e crianças judeus, bem como todas as outras vítimas, assassinadas pelo regime nazi, a Comissão iluminou, pela primeira vez, a sua sede com #WeRemember.








quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Boletim nº56

Há memórias que nunca devemos esquecer

 

   A palavra holocausto deriva da combinação de dois termos gregos, holo (todo) e caustos (queimado). Originalmente, como ainda hoje, designava um ritual religioso onde uma oferenda era consumida pelo fogo. Entre os judeus, essa oferenda era um animal, normalmente um ovino.

 

   Nos tempos modernos, a palavra holocausto é utilizada para identificar um devastador desastre humano: a palavra identifica, assim, o genocídio do povo judaico pela Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

   No século XIX as comunidades judaicas de muitos países da Europa tinham atingido o respeito e um estatuto quase de igualdade relativamente às outras comunidades coabitantes nos seus países

   Quando o regime nazi se instalou na Alemanha, em janeiro de 1933, foram de imediato lançadas medidas antissemíticas. Por exemplo, o estatuto de judeu foi redefinido e obrigava à determinação da religião dos avós: qualquer indivíduo que tivesse algumas gerações de antepassados judaicos era logo rotulado como judeu, independentemente de pertencer ou não a uma comunidade judaica.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Visita de Estudo a Pinheiro da Cruz

 

No dia 12 de janeiro de 2023, os alunos do 12ºano de Psicologia e Direito (alguns deles embaixadores-juniores) realizaram uma visita de estudo ao EPPC, que tem neste momento cerca de 600 reclusos.

A articulação entre a Diretora do EPPC, Dra Paula Martins e a professora Helena Marques do Agrupamento de escolas de Santo André, foi fundamental para a organização e planificação das atividades que decorreram nesse dia. A visita teve por objetivos: dar a conhecer os serviços existentes num estabelecimento prisional e da prática diária dos profissionais aí envolvidos, observar in loco a diversidade de opções de intervenção para o futuro advogado, psicólogo ou técnicos associados aos serviços prisionais, possibilitando aos alunos contacto com uma realidade muitas vezes fechada ao exterior.

Os 33 alunos fizeram-se acompanhar das professoras Helena Marques e Luísa Diniz.

De acordo com o combinado, a visita iniciou-se pontualmente pelas 9.30 com a passagem de todos pelo controlo de segurança do estabelecimento prisional.

São cerca de 1600 os hectares que fazem parte do Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz. Por esta razão, atividades como a agricultura e a floresta são ali desenvolvidas, tendo o vinho produzido pelos reclusos sido reconhecido pela sua alta qualidade.

De seguida, percorremos vários espaços onde os reclusos podem trabalhar: padaria, oficinas, lavandaria, tratamento de cães abandonados e outros. Percorremos os pavilhões onde se situam as escolas, os serviços clínicos (psicologia, psiquiatria e enfermaria) e o pátio central onde se localiza a igreja. Percorremos um corredor que nos deu acesso às celas disciplinares onde podemos colocar perguntas a um recluso que ocupava uma das celas.

Caminhámos para a sala de visitas onde ouvimos os depoimentos de vários reclusos que quiseram partilhar connosco as suas histórias de vida, tentando reconstruir o caminho que os levou à criminalidade - presos por crimes distintos, como tráfico de droga, homicídio, violência doméstica ou roubo.

Dois reclusos preferiram escrever e entregar-nos os seus depoimentos por escrito. É desses escritos que extraímos os seguintes excertos:

“Sou o recluso X, venho de uma família pobre e comecei a ROUBAR roupa e ténis para ser como os meus “amigos”. Depois vieram as coisas mais graves: VENDER DROGA, CONSUMIR, ROUBAR, sempre para ser bem visto para os outros. EU TINHA MUITOS SONHOS, COMO TODOS TEMOS SONHOS QUANDO JOVENS. Fui perdendo tudo pois a cadeia faz perder tudo.

Depois veio a minha FILHA e eu queria ser um exemplo para ela, mas não pude dar-lhe o que ela merecia.  E então, mesmo na cadeia fui-lhe mostrando que a DROGA NÃO presta. Hoje ela não fuma, nem tabaco nem droga e sinto que esta foi a minha VITÓRIA. Hoje, o meu SONHO é sair da cadeia e da vida do crime, pois o Crime não compensa”.